(s/ título)
Olhar para o tecido das cousas e conseguir pô-las a falar. Por isso o escritor não cria, como é evidente, ex-nihil, apenas imprime, dá, confere, ao mundo essa virtude comunicante. Que está à espera de ser mas ainda não é. Todas as vezes que nos maravilhamos com a refrescante singularidade do nosso autor preferido se obnubila esse óbvio argumento de imanência que há mesmo na realidade intraliterária que mesmo sendo uma grelha abstracta, que se sobrepõe à pura factualidade histórica, tem uma individualidade toda sua, um campo de acção que influi em toda a obra. Daqui se segue que não há razão para o medo, a timidez opressiva e angustiosa da influência. Tão-só se exige um esforço da dádiva que é todo ancorado no diálogo poético entre o eu e o mundo. |
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