31 março 2006
Tempus Fugit
A juventude é tempo já ido.
Foi-se o viço,
Ficou o derriço.
20:34 | 0 Comentários

28 março 2006
Litania da Velha
Pirolitos, olhós pimpolhos
Codornizes, mata-piolhos

Joana d'Alba, mulhé chaminé,
No telhado do
     Barnabé

Salta, sapo verde-adivinho
Ai que cheiro a rosmaninho

Estratosférreos constrangimentos
Vinde a mim queridos lamentos

Prá merenda já vens tarde
Entra, ainda, sem alarde

E a noite cai pé-ante-pé
09:31 | 0 Comentários

25 março 2006
Finórios
Olhó finório
Que do amor ilusório
É o mestre. Incontestado.

(com seu bigodinho,
     o fatinho riscado,
     o cabelo reluzente,
     bem penteado,
e sem esquecer
     o sorriso malandro,
     tão disfarçado)

É a perdição
De qualquer costureirinha
A que deite a mão.
20:27 | 0 Comentários

24 março 2006
Traição D'olores
Recendia a rosa
Mas, alertai o jasmim
Qu'essa bela amorosa
Fugiu c'o alecrim

O jasmim indignado
Revolveu tod'o jardim
À procura do culpado
(o infame alecrim)

A rebate as campainhas
Borboletas, joaninhas
Funesta a fúria d'amor
Mesmo vinda d'uma flor
12:15 | 0 Comentários

23 março 2006
Poema das Horas
Ao pequeno-almoço: um tremoço.




O almoço, o almocinho
Aduçado com mel e regado com vinho.





Já a merenda
Vem na senda
Do apetite do rei e do pedinte.




É o jantar, há que
Folgar, dançar e pular
C'a ceia está a chegar





Foi-se a ceia
Vamos deitar
Pr'amanhã recomeçar.
20:07 | 0 Comentários

22 março 2006
Los Ojos
Minha luz são teus olhos
Dois focos intensos,
     imensos,
Que não s'acredita que vejam,
     e nem precisam,
Pois deles brota constante
     o vero entendimento.
17:54 | 0 Comentários

21 março 2006
(s/ título)
Sete estacas
Cinc'amores
Três donzelas
     que fervores
20:04 | 0 Comentários

19 março 2006
O Caldo Entornado
Não me levem a mal,
     mas não há sopa no quintal.
Há talvez um Juvenal
     que (repimpado)
     lê o jornal:

«Bombeiro assassinado
     frito
     cozido
     assado
     escalfado
     ou, tão só,
     afogado
na sopa que, afinal,
     está no quintal».
20:57 | 0 Comentários

18 março 2006
(s/ título)
Verga-se a luz à vaga'sperança
Sempre o Sol, que pouco dura
C'oa tez morena, a alma pura
Languescendo nos jardins
Vastos
Frescos
Frondosos
E belos
          da loucura
23:02 | 0 Comentários

16 março 2006
Primavera
Tantas rosas, tantas flores
(«de todas as cores, no jardim de mes amores»).
Mas, a beleza fenece
     com um olhar.
Bem o sabeis, o tempo tudo apaga
     limando, limando
com a força das asas de um anjo.
20:24 | 0 Comentários

15 março 2006
(s/ título)
Humilíssimas as creaturas devotas de Deus Nosso.
Humilíssimos, tambbém, os sonhos e aspirações de Seus seguidores, humílimos em sua infinita finitude.
Humilíssimas, ainda, as outras creaturas da Creação, pois o orbe é pó entre as estrelas.
18:17 | 0 Comentários

14 março 2006
(s/ título)
Se quero dormir, não durmo.
Se quero viver, não vivo.
Se quero amar, não amo.
Se quero respirar, por vezes,
     não consigo.
Mas, se chamar,
     alguém me responde?
19:51 | 0 Comentários

12 março 2006
(s/ título)

Agitam-se freneticamente. Freneticamente s'agitam, batendo suas asinhas. Batendo suas asinhas em frenesi anímico, em torno da Luz. Corretio. Em orbitando uma qualquer luz, não a capitular Luz, já que a exacta natureza da fonte d'iluminação de pouco lhes importa. Pois é no puro, vibrante revoltear que se cumprem.
Batendo suas asinhas.

20:32 | 0 Comentários

11 março 2006
Poema das Cores
Tinto lhe disse.
Branco soou.
Azul lhe pedi.
Só verde amargou.
Em vermelho enrubesci.
Mas respondeu a cinza
          Do que já se finou.
23:06 | 0 Comentários

10 março 2006



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19:57 | 0 Comentários

09 março 2006
Aparição
Dois aparos sem amparo
Encontravam-se pra conversar
Maldizendo a esferográfica
C'os deixou a mendigar

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São os tempos modernos
Ninguem pára pra pensar
Muito menos pra escrever
Deixando a tinta escorregar
20:58 | 0 Comentários

08 março 2006
Fala O Primeiro
Volição da luz ao barro primevo.
Não sendo ainda o tempo
      [ da dialogação,
de sombras havemos muito, umbrando,
(repetimos),
umbrando nossa presença.
É mingua de Ser, aí ou noutro lado, que o resto
       - e sempre fica um resíduo -
é um sem-sentido só.
20:11 | 0 Comentários

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20:00 | 0 Comentários

07 março 2006
(s/ título)
Em todas as alegrias
E em toda a tristeza
Há uma mão invisível
   [ que nos toca

Suavemente ou com abrupta
   [ fúria

Empurrando-nos para o Abismo.
23:58 | 0 Comentários

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23:20 | 0 Comentários

06 março 2006
Encontro D'Improviso
Uma rapariga, concreta,
E um rapaz, abstracto,
Encontraram-se à esquina
E foram tirar um retrato.
23:06 | 0 Comentários

04 março 2006
Ulisseia

Tanta força, tanto esmero, a rondar o desespero.

Salta, não salto... Só se fosse, um saltinho... que um pedacito d'abismo não iria fazer mal a ninguém... apenas para ver como é... sentir-lhe o gosto, e sair muito antes do desgosto... um saltarico ou nem tanto... um pulinho de pulga, ou menos...

(é claro que não há só um pouco d'abismo. Ou se anda dentro das linhas da razão, da boa, ou talvez não, ou então sobrevem a queda, irreversível e total, uma vertigem sem remição rumo à abissal dissolução).

23:10 | 1 Comentários

03 março 2006
Olá
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14:49 | 0 Comentários

Intensintenção
Pro-po-si-ta-do, tudo é, pro-po-si-ta-do.
14:31 | 0 Comentários

02 março 2006
(s/ título)

Sete naus com sete sonhos partem ora, zarpam já.

A primeira vai pra Coxim, busca pós de perlimpimpim.

A segunda naufragou, c'um grande peixe a tragou.

A terceira tod'impante, cheia d'ouro & diamante.

E a seguinte é dum requinte... enche olho de rei, ou de pedinte.

Já a quinta veleja asinha: leva um espião da Rainha.

Temos a sexta só pra constar, c'oceano é verde-mar.

Apenas da última não há memória, pois não coube nest'história.

21:18 | 0 Comentários

01 março 2006
Tropelinotas VIII (extra-catálogo)

«Isto é coisa que cerveja?» Interrogação enfática, mas não sem empáfia. Contudo, pedi uma sandes com tudo... e claro, uma cerveja.

17:03 | 0 Comentários

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