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Toda a palavra
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Porta consigo a imensidão de Babel o que é, certamente, um sacrilégio. O cerco do Sol à penumbra afugentará quanto íncubo. Só na ataráxica quietude do sábio s'esboça sálvivica serenitude.
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no silêncio
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apodrecido nos quedamos abismados com o tempo. Cuidais que são palavras vãs mas fiz o voto de ser absolutamente sincero, convosco e para mim próprio, e um texto tem de ter o fôlego das asas do Arcanjo ou dessa fera de bolso Arcana maior de um segredo escondido nos passos de um gato.
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Ser e sabendo-me ser é o mais fundo mistério. Aquele que admite toda bizarria: esta rosa feneceu e Aristóteles se finou, ambos, em estação própria e propícia; quem infirma uma instantânea Teogonia onde a laboriosa divindade cria & recria toda a memória ou, até mesmo, o olvido?
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A rose is a rose is a rose is a rose
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Even if in a Blood-Red prose.
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o ser e todo o cosmos
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têm horror ao vazio.
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pondero, amíude, na dimensão celebratória da vida. Não da festa vã mas da vera comunidade e cultura.
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Nesta afronta D'existir Eu danço, já se vê, No minimalismo de mim.
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A ambição entorpece a vida. A vida vivida De tempo só seu.
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o mundo é
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um'orbicular concatenação causal e o arbítrio disso sorri
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seis patas
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tem o gato mas duas são etéreas
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Quer dissesse
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Quer calasse Para a divindade O que isso importa?
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Qual,
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No infausto dia A hora sem nexo Da maior desolação?
A Zoologia da Mão
Um rol de bestiário de meta-mórficas cataduras carpo-e-tarsiformes. Ou, se assim vos aprouver, um elenco háptico saído da pena de uma mesma chusma de dedos -os do autor- transliterado pela grafite no ósculo do papel. Que suave, suavemente, deixa impressa a improvável cosmogonia-d'index em qu'existe.
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Para a escrita
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(para a arte, em geral) Exige-se o êxtase.
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Um universo de promessa Eleva a bitola Do contentamento Ao impossível.
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Onde há O vazio da mente Aí estou eu. Pois és, Ó danado, Em ausência de ti.
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Causas comunicantes (caminhos que, no entanto, se bifurcam) Levam ao mesmo Desespero. Sendo evidente Que só a plenitude Preenche Por isso se diz que a errância É próprio do humano.
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Drink swiftly thy
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Bitter-sweat poison For no-body Escapes, merry, jumping aloof, Death.
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O artista vive da diferença. Ou melhor, de todas as diferenças co-possíveis, no entrechoque entre criação e realidade. Da metáfora quântica à infinita variação da matriz, ínsita em qualquer senda expressiva que ouse professar.
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Do vasto universo
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De actos E feitos Possíveis Não apetece Senão a penumbra E a imobilidade
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Sinto-me, por vezes, tão cansado. Como se o peso de todo o universo me pesasse nos ombros. Essa, aliás, devia ser a prioridade: recuperar a inconsciente leveza que, decerto, algures, outrora, experimentei.
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É muito simples: a virtuosa espontaneidade dissolve os efeitos deletérios do tempo.
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Falta, por certo, mais leda leveza Oh, quem dera ventura alegria d'alor & manhã. Canção-desepero; cantig'esconjuro dolor de fria morte.
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Licanor, o fausto. Na modorra, apascentando o sono, os arrás dançam contigo.
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Na longa e dura noite, insone e grave a majestade, desditosa a meretriz, a vigília da coruja. Que descanse a cotovia.
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Assim se repita tal assembleia. Enquanto ela durar sobreviverá o mundo.
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Penumbra e fauna modesta, uma ilha d'esplendor. Não a banha qualquer mar. Fumai o narguilé com ópios d'outros tempos.
(s/ título)
Noctis e teia, virgo et lua. Aquele era pastor do nada. As fontes, por isso, secaram. |