§10
Dos sofrimentos, aqueles há,
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que, só por si, dilatam o tempo. Os prazeres são todos fugazes Excepto a beatude contemplativa que é sem tempo.
§9
O tempo não é.
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A vida tão-pouco. E, o resto? Artifício.
§8
Liberta-te de ti mesmo.
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§7
Toda a mística
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destemperança s'esboça em caminho. Como podia outro qualquer.
§6
Tudo te é permitido.
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§5
Ser apenas para
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sorrir. Sem ricto nem esgar.
§4
Põe teus
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(mundanos) assuntos em dia; depois senta-te a contemplar; esse infinito vazio que albergas dentro.
§3
Toda a dor convive
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com todos os homens. Alguns acolhem a desventura; Outros enlouquecem; Apenas uns poucos encolhem os braços; Por certo, a indiferença fere-a.
§2
Ah, a feliz ventura
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da sensata serenidade. A morte não é ainda e tu, a ela, não sobreviverás.
§1
para alguns
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terrível é o existir não obstante a palavra acolhedora do sábio.
(s/ título)
a fome e sabor
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da cousas tortas um anátema corriqueiro com holocausto por inteiro água-benta pra t'aspergir e a nuvenzinha, negra, sempre a sorrir.
(s/ título)
a máxima alegria
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é todo um norte mas o caminho do sábio o mais espinhoso contudo, também de chã, preciosa ventura como a água do riacho que límpida fresca o viandante dessedenta.
(s/ título)
No Vale Eterno
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Se sentou o sábio e disse: Nada existe,
(s/ título)
Aos costumes disse nada.
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À vida nada disse. Quanto à morte, muda interrogante, guardou obstinado silêncio. Toda a divina Assembleia assistiu àquele mudo-calado discurso Mas, sobre tudo, em seu fundo mutismo, aos costumes, disse nada.
(s/ título)
terei de dizer tudo?
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Desfiar a palavra no nexo-sentido estrito das ideias? Porque não apenas pairar onde ainda não haja som, a figura seja miragem o sentido s'esboça em mero tacteio? Ah, a errância, a errância é tudo a errância sempre foi tudo. O dia quer, porém, clarear.
(s/ título)
E foram os dias,
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a louca cidade, os amigos voltaram à sombra a alma mesma sobre si se recolhe o deserto, vasto esplendor, mandou confiscar cada grão e a árvore apenas cresce em semente. [Só então é conhecido o sabor da memória].
(s/ título)
Já nada te pode atingir
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quando s'ultrapassa o limiar em desespero que s'acoita &'spreita em todas as cousas que são. |