(s/ título)
E digo Eu Conformado ao de Mim Reformista, num falar desanimado, assim, em vácuo solipsista: pra quê tanto alarido? A vida é cousa de pouca monta, ficai aí, co'medindo o prigo, de tudo que tem ponta. Retorquir é coisa vã tanto o mal c'assi desponta. Quedo e mudo pla manhã, calado, terás a tua conta. Sem demora, o grito ingente d'alter egos exigentes: ouve tu, ó borra-botas, lá que fiques tão são serenado é cousa que me diz nada, a alegria de desvendar é motor e chão dos afoitos. E sou, eu mais que todos, audaz e tremendo, ulando e ufano por prados e campos. Nada me dá medo e mesmo o furibundo dragão que pela venta incinera o incauto treme e s'afugenta quando, tremebundo, sente os meus passos. Tal dislate no falar é mesmo próprio de quem não pensa - só age - em demente vertigem e quer tragar o mundo como quem abocanha um mero pomo. Olha, que podes ter surpresa, cair na ribanceira, de tombos em tombos, inté ao Érebo. E não digas, quando o mal for consumado, que não fui eu - o ignóbil timorato - a'visar de conselhos com a fartura de quem pensa e mede e s'esconde do mau e do ruim, da lâmina que fere e mata. Pois seja, mas e a vida, plena de golfadas d'aventura? Será possível viver sem recombinar as experiências adivinhadas no porvir? E quedar-nos nós, em imota idiotia não será pior do que olhar a Cruenta e dizer Xu, em era-má vieste, mas levar-me te não deixo. E crês tudo, ó infeliz, que não é célere e fatal a gadanha? Podes contar com teu melífluo palavreado para enganar os ingénuos mas ninguém a engana quando Ela decide aproveitar o momento d'estertor que tu próprio engendraste, na louca senda do desafio. ![]() ![]() |
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