Diário da Peste 17/3/2020 (segunda parte)
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Além disso, a União Europeia revelou, uma vez mais, a sua inépcia, a ausência de verdadeira entreajuda e a impotência para traçar uma política integrada e eficaz para resolver este problema de saúde pública. A ver vamos se conseguirá responder a nível económico.
Teme-se que talvez se dissolva no rescaldo de mais este fracasso porque as pessoas não irão, provavelmente, esquecer todo o sofrimento que tanta incompetência gerou.
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Mesmo em Portugal, tudo se passou em câmara lenta e se, amanhã se decretar o Estado de Emergência isso só significa que se falhou nas medidas destinadas a conter esta peste.
É que não adianta dizer-se que se não sabia nem podia saber-se que as coisas se iriam passar deste modo. O conhecimento existia, apenas aconteceu (aqui como em tantos outros países) que não houve uma adequada articulação entre as evidências científicas, o poder político e as estruturas económica com as suas exigências e a jurídica que permitiu tanta desarticulação.
Basta pensar no escândalo dos aeroportos para entender, de uma vez por todas, que são um bem estratégico cuja gestão jamais deve ser retirada da esfera pública.
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Isto leva a colocar um problema epistemológico: a ciência e uma versão degradada da doxa (opinião) são, hoje, não só incompatíveis mas tal dessintonia é profundamente perigosa.
16:33
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