(s/ título)
digo-te que estou onde o azul é mais azul. E isso, sendo dizer muito é também um nada dizer. E porque toda essa totalidade é laboratório de vazio; e porque o que preenche não é o conteúdo mas o espaço ínfimo entre as cousas ... mais ainda, é o verbo; a dádiva, o pleno sentido, isso sim, preenche e completa e é âmago e talvez a gota d'inefável que vem de nos dar aquilo que já foi nosso: reecontro. Não há como a comédia delirante de uns livros de fogo & fel. Às vezes, imagino que trabalho, em dimensão e funduras, apenas para a posteridade. Outras, claro está, temo não fugir ao Zeitgeist; d'embarcar nesse alor de mítica transcendência, sabendo que está em voga mas seduzindo e tolhendo; a ponto d'odiar a metáfora, redimir o que é bento, desesperar da poesia ínsita a cada cousa. Por tanto o impulso de me desdizer, reinventar de outras e outras desabridas maneiras; clamar ou dizer: basta. É um pomo no fundo de um poço do qual só tenho o caroço. O que digo é críptico mas tem um preço: é a verdade. Não aquela d'almanaque mas de finura e a lâmina própria de quem somente procura. Oxalá, um dia, encontre. |
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