(s/ título)
nada é ufano, tudo é tenaz; que vive enrolado, em novelo, sobre si mesmo. No obscuro, nem só de nossas percepções, mas do mundo mesmo. E nessa penumbra de alma temos sorte se lograrmos ser espectadores de nós ainda que em retrato especular e por isso com os vícios e ambliópticas distorções. Ao contrário, portanto, desse de vasta, infinda ciência de quem muito vê e não esquece. Também, por isso é que s'ausenta porque se lhe fosse exigido constante atenção a tudo o que vive e até àquilo que é tão-só... melhor é jogar tudo naquele antigo lance (o de Dioniso), coisa, de resto não difícil para quem permanece anterior ao tempo. E mais: só por isso é que o cosmo se não afundou sobre si. Porque se não vê como posssível que uma creatura de tanto poder não exerça, a seu modo, uma peculiar forma de loucura, nomeadamente aquela, de quanta perfeição houver. E por mais que se demonstre a forçosa existência da suprema potência se notam, aqui e além, sinais dessa teratológica ventura. Difícil não é criar algo ex nihil, difícil é estar num estágio d'insofrida satisfação tal que s'enfrente a razão do informe e se queira dar esse ínfimo piparote. Difícil é ser aquele que, por antonomásia, é e criar um outro. Menor d'imperfeito é certo. Mas um outro que, um belo dia, s'apercebe de todo este embuste. Ou, talvez queira uma testemunha cônscia da germinante - porque inevitável - implosão do porvir. |
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