(s/ título)
Qual a fenestra do ditoso porvir? A onda que bem-preenche, una e variegada, plena de força e aleluia. Vê, tudo desmorona; olha, não estás em ti. O funesto e soturno é toda tua vida, uns dias mal, outros pior. Que bom seria ser leve como o pássaro, a nuvem, mesmo a tempestade. Imenso, sem tolher ou ser tolhido. Diz-me como é o ritmo que anima cada alma; o soar do anjo anunciador; o rugido feroz de feras e bestas que sabem, de ciência antiga, qual o destino do mundo. Desesperas em tanta humanidade, bafo de gente opressa, oprimindo; não há mal nem desdém que não sejam corriqueiros momentos na vasta história: um palimpsesto d'horrores no tecido da vida; velino maculado a sangue. E, no entanto, ainda se empresta o dom da esperança às coisas pequenas que prenunciam a era de uma ventura tremenda: o tempo da reconciliação, do término final de quanto desengano. Mas, mesmo então, suspeito que terias preferido ser nada. |
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