(s/ título)
Quisera ser ágil e livre e forte. Mas, nos Tombos d'Infinito Cansaço vegetam, gastos, os Cavaleiros da Sombra e eu Príncipe Caído por entre eles. Maior é a fadiga quando todo mundo desespera, que é o único que tenho e sei. Uma, a Álea d'Esquecimento: serve para relembrar o tanto que foi perdido; outra a da Paz Perpétua: aí s'agitam as frágeis figuras, sempre as mesmas, ensimesmadas. Os palácios da Ventura s'esboroam, caducos, e a vegetação mais bem sufoca. No resto tudo se corroi e desmonta. Mas o que é penoso não tem espera e, ora, não faço outra cousa, ainda que me movesse; me movesse como o pensamento corre por prados froridos e, à noite, procura o repouso. Quando explode o dia, em outras partes do cosmo, temos a névoa, uniforme e opaca, como, parece, convém. É muito o frio mas isso não incomoda; este não conserva, pelo contrário, ainda ajuda a este universal desleixo. A podridão alastra, míuda, nos monumentos à melancolia, nos corpos e tez, nas praias d'areia alva onde mais alvas são as ossadas, fulgentes à luz baça que dolente nos alumia. Só são frenéticos os insectos. Embora na sua mente comum se saibam eternos e, quiçá, infinitos, não lograram desistir de seu ancestral afã. Mas esses maçam porque maníaca é sua faina. Nem a esperança foi ofertada, pobres de nós, Senhores do Céu. |
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