(s/ título)
Quanto quisera
12:30
Quanto pudera Quanto dissera Quanto amara. As cinzas Falam mais alto O orbe em ruína O corpo é ruína Tudo – e tudo que é força & alor – É mesmo tudo São fracas presenças de ser E poder. II. O que é o ser, Vos pergunto - Até à falta d’assunto – O pânico e o terror do nada São tudo o que resta É tudo o que existe. Sim. O que é ser? Eis a pergunta Que espera a vera resposta O ser que é tudo quanto há Que é tudo quanto É Que é esta mesma cadência, Quer pergunta. Cadência que, Como diz o Sábio É tudo. E, No entanto, esse tudo – que, relembremos, é essencial – Parece tão-pouco. Essa palavra simples Que alberga a ventura & e os danados Que tem tanto de desmesura Quanto d’alvor (nada nos diz, nada nos sofre) Nada revela do que é importante. Sim, o que é importante? O que conta quando tudo - como dizem, algures – Estiver dito e feito? O deve & haver da Existência, A cifra final que vindica Todo o azedume Que, aos poucos - mas firmemente – se vai acumulando Nesse rol d’agravamentos A que chamamos vida. III. E temos agora O que nos ocupa O que nos preocupa O que é de saber E, quiçá, d’esquecer. O quer é o Infinito? Aquilo que não se detém Mas, também, Que não Se deteve E – sabemos – Que se não deterá. Nunca. E esse “nunca” Responde e corresponde Ao quesito: o que é tudo? Eis, o mistério. E O mistério É a Palavra. |
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