Diário Laboratório 3/2/2020
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A perfeição é a sensação do irreversível. Nada a mais e nada a menos, porque o que está é inevitável e bom. Que maravilhoso seria ter isso na escrita, eliminar todo o non sequitur que é o que acontece quando há resíduos que se imiscuem na tessitura textual, ou quando o propósito falha completamente porque enferma de vícios ou, afinal, quando a ideia anda à deriva, de si, do leitor ou, mesmo, do próprio autor. Nesses casos, subjaz a suspeita que há algo espúrio, ou por excesso ou por defeito, e que por ali não andaram os anjos, os daimones nem as musas ou, talvez, as Moiras ou as Parcas lhes tenham cortado os fios. Sem ela, tudo é reles, tudo é triste, tudo é frustre e tudo é pouco. 2 Repito: a escrita deve dar a sensação de que cada palavra é, naquele sítio, inevitável. Por isso é coisa demorada, de radical e funda ponderação. |
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