Entrada do Diário Laboratório de 13/3/2018
13/3/2018
A ansiedade é sempre um sentimento
d’angústia - um aspecto existencial que é uma captura. Sentem-se,
obsessivamente, as seguintes perguntas: «porquê eu?»,«porquê eu,
nesta conjugação cósmica que fez levantar-se esta urgência?».
Porque também há algo de urgência - no fazer, quando se quer
restar quedo; no não fazer ainda, quando se exige a espera.
A ansiedade: suster (ou acelerar) a
temporalidade específica do contexto ansiogénico, de tal modo que
se suspendam as causas ou que se remetam, instantaneamente, para o
passado.
Não custa entender que esse
sentimento, na escrita, seja lídimo produtor do fragmento:
suspende-se o texto no momento em que surja a primeira dificuldade;
remetê-lo para o passado, começando logo outro escrito; por igual
curto, provisório e já arcaico.
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