(s/ título)
Imagina que tens um universo a crescer, a consumir o teu corpo. A princípio (que estas coisas começam ligeiras) a vaga sensação de vazio que é o teu dia, depois uma fosforescência toda tua. Abandonar a comida (o prazer da comida), o sono e demais funções de subsistência é apenas tão dificultoso quanto a força do hábito. Finalmente os orgãos vitais dão lugar à vastidão. Aí chegado, abdicas da angústia da metamorfose, da aparente solidão, compreendes a transparência de tua etérea condição, e entreténs-te a ordenar, no teu íntimo, a comparência das criaturas que geraste a partir das antigas memórias do que foste. |
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