(s/ título)
A Verdade é vertigem velociferina (ou, com sentido muito outro, veluciferina): Era uma vez e não outra, um Rato-que-era-Todos-os-Ratos que, num dia igual a tantos, perguntou, no mais-que-perfeito Mundo das Ideias, ao Gato-que-era-Todos-os-Gatos, Porque será que tu, a pura imagem do Gato, te não cansas da infatigável caça com que afliges minha indeterminável existência?, Não vês que sendo nós arquétipos, o mesmo acto que logra alcançar frustra, em absoluto, teu intento, sem excluir, claro está, as infindas cambiantes combinações entre o sucesso e o fracasso?, Que jamais poderás saciar o apetite por minhas dulcíssimas carnes sem, porém, enjeitar a saturante plenitude do excessivo desfastio?, Porque - apesar de tudo, querido irmão, pois, como eu, és o lídimo representante de toda tua espécie - persistes em tão tenebrosa mania? E a resposta, ainda hoje, faz tremer, obrigando à consabida furtividade, o mais banal e corriqueiro ratinho que em nossa despensa s’acoite. |
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