Cata-Vento' ó Ventanias?
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A Anfisbena
![]() Desenhei um monstro histriónico bicéfalo, assim, como quem não quer a coisa, apenas laborando na ideia de uma figura teratológica que tivesse princípio mas não fim, pois seria somente composta por duas partes ou secções anteriores. Ora, como o mundo é circular só uns dias depois tive notícia da Anfisbena pelas palavras de Borges, autor também ele circular. Provando que tudo, afinal, já foi pensado, dito e raciocinado. ![]() ![]()
Cantiga do «Gilão»
Miau faz o gato
Miau faz o cão Miau, o ratinho Miau, o leão Miau elefante! Miau faz a morsa E também o caimão Miau o ornitorrinco Miau, que confusão! Miau o dinossauro Apesar da extinção Miau o peixe-espada Miau o salmão Miau bacalhau Miau, com feijão Miau salamandra Miau lagartão Miau, faz a bruxa C 'o seu caldeirão Miau andorinha Miau passarão Miau faz a águia De olho no leitão Miau a baleia Miau o golfinho Miau sem parar Cantam aos marinheiros Qu'estão a navegar Miau o bicharoco, O vírus e o micróbio Miau, os pequeninos Também devem assim falar Miau faz o gato Miau faz o cão Miau, o ratinho Miau, o ... Gilão. ![]() ![]()
(s/ título)
Falavam que fulano era um fauno. Só podia ser um fauno. Quando passava menina, senhora ou velhinha os seus olhos rebrilhavam de alegria.
Com tudo isso ele assustou-se e fugiu do povoado. Tivera tantos cuidados para esconder as patinhas que nunca se lembrou que o que diziam dele era só em sentido figurado. ![]() ![]()
Apresentação
Vária formata de textos, complexos et simplexos. Qu'escrita não é entchada mas alter vida. S'driva o Autor driva cum seiva do que resta drivar, à driva das palavras et dos fonemas que soam et que são seiva do ser et do komunikar o que é.
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Diasmundo
Olhou para as suas pernas com espanto enquanto estas se dissolviam e se derramavam em grossas gotas (pinga que pinga que pinga) por entre as pedras da calçada. Respirou fundo. Tentou fugir mas (como calculam) sem efeito pois, naquelas condiçõies, apenas logrou mover-se um curto pedaço.
E só quando a cabeça explodiu se apercebeu da assaz desesperada situação em que se encontrava. ![]() ![]()
O Coração de Ourovindo
Ao subir a montanha, o Rei Ourovindo, pediu ao seu criado, Segisvaldo, que lhe cortasse os braços para ficar mais leve e assim facilitar a caminhada. O que Segisvaldo fez. Só quando o rei chegou ao topo (e apesar da hemorragia) é que se lembrou que, por ter ficado sem braços, perdeu a bolsa onde guardava o coração da sua amada.
Noutra versão desta história popular, Ourovindo, o loquaz, porque era transportado de liteira, pediu que lhe cortassem as pernas para aligeirar o peso. Coincidem as duas versões na perda do coração da sua amada pois, desta feita, usava a bolsa à cintura. ![]() ![]() |