Pode haver exterioridade privada na pequena esfera da comunicação interpessoal ainda que mediada. Só a publicidade é o correlato da publicização da arte. Assim, o mercantilismo dela é indistinguível da sua dimensão pública.

Há aquela arte privada que aspira a ser pública. Falta-lhe o privilégio de ser beneficiária de uma boa campanha publicitária. E há também uma outra que despreza a  dimensão  pública porque isso obrigá-la-ia a fazer concessões o que para a sua concepção radical e talvez um pouco anacrónica lhe é intolerável. Mas, se esta for excessivamente celebratória corre o risco de se tornar solipsista.

Os critérios que presidem a uma arte privada são intradogmáticos e intrassistémicos o que pode constituir um perigo - esse de não evoluir por falta de estímulo - ou uma virtude porque, para o bem e para o mal, se evitam contaminações do exterior.

A emergência de uma arte privada dá-se quando um labor artístico existe (melhor diria: persiste) sem a mediação da publicidade enquanto expressão pública da linguagem, no contexto da sociedade capitalista de consumo.