6 Anos D'escrevinhices
6 anos d'escrevinhices, idade bonita e, para blogue, provecta. E, ainda que mais tempo tenha que leitores mantém-se útil e vivo e postante. Há pouco remodelado viu reforçado o seu ar de caderno d'apontamentos, esquiços que por vezes se vertem em livros, artigos de jornal e no mais que seja possível. Não s'esconde o desejo de maior audiência, de olhares atentos que apreciem e sugiram ou critiquem ou, tão-só, apontem a omnívora gralha... Porém, insiste-se em um estilo que alguns reputam difícil e embora haja reacção à infantilização da língua promovida pelos autores da moda há, também, livre & franca exploração da forma & fundo do que reste ainda dizer neste orbe saturado d'escritos. ![]() ![]()
Quarteto
O Homem-sem-Limite
Não tem o mundo Porque o mundo, Já se vê, É limite O Homem-sem-Limite Não tem Deus Porque Deus, Suspeita, É inexistente O Homem-sem-Limite Não se tem a si próprio Porque o raciocínio É uma concatenação linear D’ideias O Homem-sem-Limite Só tem o nada O que, Parecendo que é pouco, É muito ![]() ![]()
(s/ título)
Não. Não virás a saber da fúria de outro lado
não está no punho (cerrado) No estômago (e sua boca) Nem sequer no bolso-do-colete Está na lucidez (ferina) Qu’escalpelize O todo & o mundo ![]() ![]()
(s/ título)
Ser todo noite
Espírito Impávido & breve ![]() ![]()
(s/ título)
E nesse suave
Gotejar de nadas Se consome O frágil Fogo De vida ![]() ![]()
(s/ título)
A grande ábside, imensa
Poalha d’ouro (milhões de partículas Suspensas Com o peso de mil trovões) Arquitectura ébria Espéculo de minha demência ![]() ![]()
(s/ título)
Um sonho gigante
Um sonho d’olho-aberto A vida é a transmigração do tempo Busco alimento ![]() ![]()
(s/ título)
Peculiar desdita e tormento
Aqueles do homem: Na máxima impessoalidade Encontrará sua essência ![]() ![]()
(s/ título)
Um tempo de reflexão
Sem ocaso (porque esse, teu imo, já permeia?) Um templo de reflexão Sem ocaso (porque a falaz banalidade, mesmo a fim, a obra consome) ![]() ![]() |