(s/ título)
Leiam, critiquem
asseverem, maltratem ou admirem; brinco demasiado com a palavra como alma de cara suja. Um mocho emulando cotovia, mas querendo ser rouxinol. ![]() ![]()
(s/ título)
[aqui está o destino
preencha-o como quiser: faça, inscreva, endoudeça; coma a sopa com a colher] ![]() ![]()
(s/ título)
A palavra tenho-a
Suspensa Na fímbria calada do Não-Ser O silêncio ficou guardado. O grito nem se ouve. E o riso, senhores, e o riso Que é dele? ![]() ![]()
(s/ título)
Como num dia de Sol.
Como a noite sem estrela. Ali vai um caracol Penando pela viela. ![]() ![]()
(s/ título)
Ser feliz?
Nunca o fiz. O que sei é ser neurótico; osmótico. Pensar que sou artista Um pouco doudo, Um tanto ista (mas, nunca por nunca, sacrista). Pôr os assuntos em dia Dar ordem à mania Viver, talvez, em recato Com um penacho pacato. Sim. É preciso ser exacto Existir d'imediato Cultivando, no entanto, o porvir. E ostentar a vaidade Co'a cor de mocidade; mas pequenina, quase escondida guardando toda saudade como fantoche animado perdendo, sempre a sorrir, um suspiro adiado. E Pode ser Que um dia haja Fim A este martírio De mim. ![]() ![]()
(s/ título)
o poema
matura, fervilha exige e, há quem diga, respira. é, sendo, a sós com ele. na palavra como na vida: ser exacto. ![]() ![]()
§12
Certo quanto, incerto quando: eis a morte.
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§11
Quisera a sorte cansada
Viver em nova d'oxalá Adiar o prazer Em quadros D'agradável proporção. ![]() ![]() |