28 julho 2012
7 Anos d'Escrevinhices
1. Para que serve um blogue minimal de leitores? Para mais quando nessa míngua resiste durante sete anos? É claro: assim é caderno íntimo, repositório de memória escrita, lugar d'experimentação, por vezes de primeiro esboço daquilo que virá a ser livro. A arte é sempre no seu começo luta, em tal resistência, na espera de o público acontecer. 

2. Não se julgue que as nóveis plataformas desta era facilitam o trabalho. Se antes o escolho estava no acesso aos meios de difusão impressa, hoje está em divulgar qual notícia da obra no contexto, sempre feroz, da economia d'atenção. Com suas regras próprias, com seus proteccionismos e facilitações. Esses que condicionam a fortuna crítica do labor.

3. Resistir, então, é perseverar no tempo, na angústia do tempo, suportar a impaciência, combater o desânimo; e adestrar a mão pois só a prática das letras permitirá quiçá, em bonançoso dia, dizer que se alcançou a mestria no manejo do verbo (se tal cousa existe; mas reconheça-se o poderosos influxo que certos autores lançam sobre o porvir; eles serão, certamente, os Mestres). Por isso, se ficar registo desse percurso poder-se-á medir evoluções, comparar escolhas, enfim até recuperar material para projectos diversos. 

4. Não s'enjeita também a função de cartão-de-visita: como disse, aqui tendes esquiços que talvez permitam avaliar o quilate do que se vai fazendo... 

5. É claro que com a passagem das horas alguma inércia se vai gerando: agora que são chegados os sete anos pensa-se, já, na década. Avolumam-se as entradas. Haverá, seguramente, elementos interessantes a ponderar (não se pretende que tudo seja de primeira-água, é natural, mas, havendo interesse, há comodidade para o leitor; tem os arquivos; pode seguir o ritmo de publicação; as mutações; evolução? retrocesso? no repositório ordenado d'infinito caderno pode haver leitura-ao-sabor-da-pena).

6. Quanto tempo mais? Não vos sei dizer. O Escrevinhices é algo que me acompanha; é esforço constante, familiar e grato, como hábito que é quase não dá trabalho... e assim persiste contra minha própria incúria, um projecto manante que pouco acrescentará talvez à recepção de minha escrita mas que soube em mim ganhar tal acarinhado esmero de aí verter, com estocástico critério, alguns textos. Reafirmo: é caderno pessoalíssimo ainda que aberto a todos se a tanto se dispuserem a fruir a leitura e, cousa rara, a comentar o aí escrito; e tem prosa e tem poemas e tem o proto-ensaísmo d'algumas não estruturadas reflexões.

7. Talvez, no porvir, seja objecto d'estudo; talvez s'ajunte ao meu Corpus Canonicum; talvez desapareça sem talvez deixar rasto...
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12 julho 2012
(s/ título)
Afastai a culpa e o medo, isso que t'infecta os dias. É sonho funesto e se toda a matéria, d'igual modo, é d'onírica progenitura está em teu poder transmutar o pesadelo em ditoso porvir. Para ess'alquimia tens, contudo, d'acreditar que o futuro começa hoje.
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06 julho 2012
(Do Manual d'Escrita #3)
Não custa tanto escrever quanto ser lido. E são as condições de difusão de um autor que lhe dão uma perspectiva aberta ou claustrofóbica do meio literário de que faz parte ou relativamente ao qual é distante.  Até aqui subsistiu a ideia, romântica, de que havendo boa ou má literatura, a primeira seria, por si, de si própria difusiva e a segunda não poderia, por sua natureza, prosperar.  Hoje, esse ideal parece sucumbir à força da escrita-produto: importa só que seja vendável. E o que torna uma escrita mais vendável do que outra? A fórmula.  E a fórmula é simples: abdicar de qualquer exploração estética radical em prol da reprodução, com estudada variação, dos lugares-comuns literários do momento. Há que tão-só evitar o escolho no caminho do leitor médio, aquele que, bem intencionado, desiste às primeiras dificuldades. Depois a máquina publicitária, em conjunto com a crítica (também ela instrumentalizada), farão o resto. A escrita tem de cumprir a receita de jamais alienar o leitor-médio: aquele que lê mas que exige ser entretido por aquilo que lê; ou seja, tem de ser inclusiva tal qualmente qualquer outro produto da cultura para poder ser massificada mas com algumas especificidades próprias como a importância da crítica que empresta algum verniz ao texto-de-plástico. Por isso tais fórmulas.
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02 julho 2012
(Do Manual d'Escrita #2)
Não importa qual o grau de sofisticação d'análise das antigas questões: é labor inútil & ocioso. Hoje importa isto: o digital e o homem.
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Nome: João Pereira de Matos Cidade: Lisboa
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