(s/ título)
espero, pacientemente, pelo daimon que ele, em dia de festa, venha até mim
Scherzo
de quanta vasta largueza do tempo os momentos de glória, se os houver, serão íntimos mas porventura ainda mais, como é óbvio, os de opróbio. Os terrores infiltram-se por debaixo da pele e das unhas e são nossos: nada possuímos tão completamente. Eu sou imortal. Não o sabia. Descobri quando aqui cheguei. Infelizmente também meus algozes. Agora usam-me para testar toda a nova tortura.
(s/ título)
uma terra sem sentido. Duas terras sem sentido. É preciso é matar o ócio, a injecção directa. Num texto largo podes dizer muito. No ínfimo ainda mais. De resto há o resíduo, a loucura também vária de ser-existindo quanto mais de viver. Esposar o absurdo é sina, cantar o estranho é fé. E o que fica, o acto corriqueiro e confortável de uma manhã de sol é uma recordação quiça imaginária porque nunca houve manhã nem sol nem o conforto de apenas por aí estar, como a populosa humanidade apenas, aí, vai sendo. Ou ainda não a há, essa turba d'homens mas esferas que são mundos perdidas em si. E quando, então, inventam o que há, impõem a coacção àquilo que poderia ser livre e franco e primeiro. Ora, a opressiva tenção, a degenerscência da vontade, alastra e converge talvez no único construto universal.
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Ao acordar perdeu todo aquele laborioso universo que urdiu durante a noite.
(s/ título)
tenho a pequena superstição da objectividade do gosto estético.
12:30
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(s/ título)
a constante ficção de todo o sentido. Não custa imaginar que o plano volitivo s'interpõe, mascara ou dá uma coloração muito sua às cousas. E, se há sempre essa paralaxe, mesmo voltando para nós o feixe da atenção conseguiremos após tanto esforço um ledo engano especular.
(s/ título)
mal se consegue imaginar a conjugação de factores da suave alegria, dessa luz que sustém e aquece. |