28 julho 2008
3 Anos d'Escrevinhices

A tripologia do três. A tripla tertia parte do que, em boa medida, ternário é, contado triplicadamente. Isto, claro está, em terceira bonançosa mesura da conta certa da santa proporção. Como cantam, trivirosamente, as tríades daqueles albialados ou, tão-sós, humanas creaturas em busca perene, em críptica-tríplica errância de quantos sejam os evos que, sendo tríunido conjunto, qualquer sua terça é mais do que muito.
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27 julho 2008
(s/ título)
Dizei qual dolorosa via, aquela d’insofrida mania.
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26 julho 2008
D'Agonismo
Transfixada, a imagem.
O rosto é sem expressão.
E, no entanto…

[O agonismo-de-sábio plasma toda noss’angústia originária; explica a desventurosa biografia, é cifra do presente e prefigura tenebroso porvir.]

É claro que uma dupla solução pede este drama: recusar o ferino aguilhão e mais fazer para lograr prazentosa completude.
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25 julho 2008
(s/ título)
Tanta vontade
sem ferro
Toda angústia
& desnorte
Que se vê,
Como doce amiga,
A fatal e fria
morte.
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24 julho 2008
(s/ título)
(primeira formulação)

Ser o máximo que se pode ser não é princípio destituído de valor.

(segunda formulação)

Ser tudo o que se pode ser não é máxima destituída de valor.

[Em ambas as formulações o superlativo existencial s‘atenua com a relativização contextual.]
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23 julho 2008
D’Intelectivo (Extravagante) Esplendor
Queria ser dess’inteligência universal que não chama a nada deste mundo d’estrangeiro ao seu entendimento, racional-total, sem íntima pesporrência nem cínica inocência; d’inventar mais do que dialectal linguagem a cada hora de cada dia; porém que todos as entendessem, porquanto a ninguém seria estranho tal vero e fundo nomear.
E cada cogitação seria toda a história dos tempos e tempos que leva de memória a idade dos povos, e cada palavra apenas música e policroma sinfonia e em cada uma, cifrado, o algoritmo da vida e do cosmo.
Como Mneomósine, ter seu atributo pan-englobante que não deixasse de recordar todos os momentos de cada coisa, vista, ouvida, tocada, de sabor e oloroso fulgor, transfixando na compreensão de sua plenitude o vasto e o ínfimo.
Mais e mais.
Subtraído ao erro e tão fatal errância. Atuando os anjos e segurando de mão firme o tacteante ancião, nóvel criança.
Resolver os enigmas, já não distinguindo se lúcida embriaguês se êxtase de serena bondade.
Excogitando etéreos nimbos de pleno pensar.
Quebrar, por fim, os elos de finitude que me cingem à existência de quem isso tudo concebe sem nunca o poder alcançar.

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22 julho 2008
Sete Céus
1. O céu é no mundo e há uma eterna e constante mudança de papeis dos bem-aventurados na bem-aventurança. Coexistem com os danados e também com os mortais.
[No mundo com os danados e os viventes; sem o saberem mas vivendo sempre a boa-aventurança];
1.2. O mundo é apenas o céu e o inferno.

2. Há um simulacro de mundo onde todos vivem felizes e, para comparação, temos fantasmas.
[O mundo: um simulacro onde os danados são fantasmas.]

3. O céu é o hic et nunc do estado perfeito feliz da bem-aventurança. [No êxtase de um constante hic et nunc.]

4. Viver entre os mortais com a certeza da bem-aventurança.

5. Poder participar de todos os mundos do cosmo.

6. Poder criar mundos onde reinar [ser um deus; céus e mundos concêntricos].

7. Retornar ao estado de nunca haver nascido.

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21 julho 2008
(s/ título)
(primeira formulação)

Os veios do sentimento nas poucas horas das coisas pois - como duvidar? - o mundo gerou-se agora (e o bom deus testa-nos com o passado).

(segunda formulação)

Quais os veios do sentimento das coisas d’últimas horas d’escassos momentos pois - como não acreditar? - o mundo foi ora criado (e o bom deus com o passado nos testa; a prova disso é anelar por futuro).

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20 julho 2008
(s/ título)
O cão do mágico cheira este mundo e o outro.
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19 julho 2008
(s/ título)
Mesmo nesta vida (tão chã & terrena) é ténue a falaz e mutável apartação entre o ser danado e a bem-aventurança.
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18 julho 2008
(s/ título)
Água e santidade para lavar (até ao osso) imunda escória duma vida sem sentido.
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17 julho 2008
Poema Perdido
Um texto soprado por anjos ao incauto poeta.
Uma formulação como alguma jamais conseguida.
Aquela fraseologia qu’induz o leitor na Única Verdadeira Epifania.
D’hipnóticas ressonâncias é êxtase, embriagado fulgor.
A cifra que tudo é para todos os homens.

(…)

Tal é o poema perdido.
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16 julho 2008
As Aventuras Hipocráticas do Homem Insone
Ele não dorme. Mas sonha.
Ele não participa da vida dos homens. Mas tem compaixão por seu infortúnio.
Ele não fala. Mas ouve.
Ele não come. Mas sente o sabor oloroso.
Ele não pensa (já não consegue pensar). Mas é por demais reactivo a toda ideia.
Ele não ousa. Mas queria ser.
Ele nem carne possui. Mas.
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15 julho 2008
(s/ título)
Na confluência de sentidos tais miríficas aparências (ou melhor: aparições) d’onírica mirabilia.
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14 julho 2008
Minimanifesto
Não acreditamos:
Em Deus ou qualquer religião, organizada ou nem por isso;
No comunismo, no fascismo, capitalismo ou outro politico-económico “ismo”
(em qualquer ideologia, o que, por tanto, não é pouco);
Na pobreza e na riqueza;
Na alegria e na tristeza;
No maquinismo e Natureza;
No pão e no vinho;
(…)
Enfim, em todo a Ordem e qualquer Anarquia.

Porém reivindicamos:
que
Toda a geração tem o direito, senão o dever, d’inventar a sua Roda e a produzir e chamar de sua a sua arte.
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13 julho 2008
(s/ título)
O Sol d’entendimento necessita da sombra d’intuição.
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12 julho 2008
(s/ título)
Quantos sois vós de própria honesta figura?
É um orbe sem mesura, muita terra d’encantar outra, em triste desvelo, outra, ainda, pesadelo.
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11 julho 2008
(s/ título)
Quanta fadiga em torno do nada.
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10 julho 2008
(s/ título)
& o que é mais original (qual fonte manando) e próximo da perda, no irrenunciável e filológico sentido do decaimento, do que a daimónica experiência?
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09 julho 2008
(variação)
A sempiterna infind’infinita e assaz constante

reescrita.
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08 julho 2008
(s/ título)
Petrov & Petrolux
andam e conchegam
a (fina) lâmina à (tenra) goela.

E digo mais:
Petrov & Petrolux
andam e conchegam

A lâmina,
de montante a jusante,
da jugular.

Cortai fundo, com fervor,
narrando cantigas d’amigo
à degolada donzela.
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07 julho 2008
(s/ título)
Ei-la, Analogia do Sol.
O todo é o olho da máquina.

Urrando, ulando
Ululando,
Ulululando.

Sem qualquer síntese nem qualquer tempo. Mas pedaços e pedaços de pedaços até onde a imaginação o permitir.
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06 julho 2008
(s/ título)
O Operário das Letras esgravata todo o sentido co’as ideias em carne-viva.
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05 julho 2008
A Fúria Vazia d’Escrita Infinita
São claros os riscos e armadilhas de uma escrita narrativa (demasiadamente) abstracta-conceptual: justamente o de nela nos perdermos, tendo em conta a sobre-excessiva exploração de tal tom pela contemporaneidade.
A angústia e a loucura, o primado do eu e o subjectivismo mais ou menos idealista são, por isso, temas dificílimos. Mas, como se viu, não por razões intrínsecas.
Há, contudo, várias soluções ou caminhos: enfrentar tais espinhos com violento furor. A lembrar sempre: não há verdadeira escolha na daimónica experiência. E, finalmente: o mundo é lugar d’ inclemência.
Não pode haver fraqueza.
Não pode haver hesitação.
Não pode haver compromisso.
Ter-se-á d’inventar a literatura com a força e frescura do Olhar Novo qu’inaugura (como qualquer, da mesma sorte e jaez, conquanto único).

post scriptum: a preocupação de ir ao encontro do gosto alheio deve ser, por tudo isso, rigorosamente, excluída do processo.

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04 julho 2008
(s/ título)
A sempiterna infind’infinita e assaz constante reescrita.
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03 julho 2008
(s/ título)
Se me foi ofertado algum talento, não o sei. Mas penso cogito, com altíssimo grau de triste certeza que, mesmo tratando-se de pura vã ilusão, bastando em tal acreditar, c’assí s’alevantam prigos & prigos.
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02 julho 2008
Principia
A manhã tem o perigo da lucidez.

O Círculo d’Infinito é, como o próprio nome obriga, infinito.

Não esquecer c’afanosa predação do sátiro encontra a volúpia da ninfa.
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01 julho 2008
(s/ título)
Da distinção subtil ao salto mortal encarpado é tanta a distância qu’é d’arripiar o penacho.
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