26 dezembro 2007
Com a Devida Vénia
dizeis e consabeis, prelecção e vocação, é comum e ressabido, corre mundo conhecido que não há fera nem espera, programada e domada, e além, domesticada. Nem há esfera fora d'olho, horizonte de treçolho; não há espaço, prega ou refrega que não esteja já grafada. Conhecendo à garfada, desfiando desgarrada, douto & sábio, cartapácio do etéreo mui amásio. Tal sermão em suma vénia, sapiência d'almanaque é de gala e de fraque gran doutrina sem achaque. E fiel ao mai'eterno é palavra d'alto lá e vidência de sofá, evidência curva-espinhas, circunvai e volta lá. Tem, ainda, acrescendo - cresce ainda árvor'esbelta - d'onde brota o acrescento, adenda corrigenda, mais apendix d'A a AA. Mas não é nem mofo e riso é saber e muto siso, só luzerna e larga perna: mesmo passo do gigante, torre d'alto o rei-possante, são patinhas miudinhas saltitando de fraquinhas. Mil-ciência rescendência, transudando transcendência sublimada d'incidência dessa vasta imanência num rigor de transparência, toda primor e valência; se diria pré-ciência d'amanhã co'a larga-eterna vivência dum'animosa carência de não falaz magnificência. Mesmo a ânsia e a demência, rodapé da quinta-essência, desta pérgula da ciência. Vejam-logo notem bem, não é um mas-também, outra história da memória ou ventura de sendim. É preclara não-obscura, é só feita de frescura, puro doce mais candura, fogo n'alma que aquece pois a gente até s'esquece o porquê de nossa prece.
21:21 | 0 Comentários

19 dezembro 2007
Caracóis
Estavam Kim Berlaítes, o Caubói Estarola, e Zé Peralta, o Grande Farsolas, muito bem assentados a ver a bola, quando um pró outro disse:
- sabe, Caro Senhor, neste jogo falta sal, alor de bem jogar...
- assim o penso, Dilecto Amigo, os futebóis são tal-qualmente este belo repasto que ora nos ocupa: para se alcandorarem à consabida excelência carecem, em absoluto, do mais fino apuro e tempero ...
01:57 | 0 Comentários

16 dezembro 2007
(s/ título)
Divisei um processo técnico e esotérico em que todo o "como se" se torna infindo, infame e - confesso - um pouco enfadonho. Passo d'imediato a explicar sem deixar, com tudo, d'avisar e de, divertido, advertir da extrema pericolosidade em tom helicoidal daquilo que é necessário conseguir e assegurar para que se cumpra o desiderato desejado no delicado experimento, que fará, deserto, estremecer os mais frágeis e amedrontar os mais valentes sem contar - claro está - no estado estuporado em que recaem os insolentes em virtude da qual, a impudica insolência que, de moral, é insolvência, porque não é sem mais nem mais porquê que um qualquer engraçadinho s'abalança na destemperada e tempestuosa tarefa que aqui proponho. Antes pelo contrário, é absolutamente imperioso, de vinculativo comando, estar bem ciente e consciente da multitude de perigos e maleitas que uma empresa desta natureza impõe, exigindo atenção singela, dobrada e redobrada àqueles que de mais s'aventurar são nas aventuras o que - é consabido - redunda em amargosas desventuras e, quiçá, em palavrosas venturas. E como nada quero que prejudique os caríssimos ouvintes e, ademais, como prefiro evitar onerosos pleitos, sou logo de realçar os aspectos melindrosos que estes peculiares procedimentos portam consigo, quer para o comum concidadão quer para o estudioso ávido de saber, uns e outros atreitos ao infausto da distracção, os primeiros pela consabida impreparação própria à sua congenial proveniência e os segundos por sobreexcesso de sapiência e temerário desprendimento das coisas vulgares do mundo e, por consequência, vulneráveis ao ensandecedor choque da transubstanciação do que, mesmo agora, acabei por, em voz, fazer.
20:34 | 0 Comentários

14 dezembro 2007
(s/ título)
... e a aranha a teia tece;
fia pois porfia que o insecto há-de chegar;
01:25 | 0 Comentários

13 dezembro 2007
(s/ título)
A angústia tem muitas faces. Uma: o confronto com a tradição e seu esteio de realização; imenso, inúmero e pleno de necessidade de reverência. Outra: o múltiplo do humano contemporâneo, da grand'obra aos afectos ou, tão-só, a emergência de não negar a ninguém o seu estatuto de fim em si. Ainda outra: os projectos, a carência de realização, de criação, de recriação de mundos e mundos. Uma última, neste não exaustivo rol embora desmesurado seja seu escopo: a infinda complexidade da máquina do orbe, cosmo tão vasto d'intelectiva expansão.
00:41 | 0 Comentários

11 dezembro 2007
(s/ título)
esta extrema tristeza e langor, dessa malfadada intrínseca espécie, que não pede nem dá só lamenta e faz favor, ao fundo profundo, à matéria deletéria, ao não doce funesto, à mais escura pregnância, raivosa instância de um ego, de si, para si e para sempre, desavindo.
01:33 | 0 Comentários

10 dezembro 2007
(s/ título)
dele se diria um Santo, d'alvar freio no dente.
04:56 | 0 Comentários

08 dezembro 2007
(s/ título)
eis o espírito inquieto, sempiterno descontente, que, a custo e passos largos percorre seu desenfreado caminho atravancado de nada e coisa nenhuma e, por isso, d'escolhos mil e um; esse que é si próprio, o mor estorvo d'alto-lá.
21:20 | 0 Comentários

06 dezembro 2007
(s/ título)
é claro que ainda sou papyrocêntrico, desconfiando e torcendo e retorcendo o nariz à alegre pantalha; contudo lá vou porfiando à falta de melhor e mais digna excrescência deste brotar inane mas tão vital e importante que seria de morrer se parasse ou, se após esforço, persistência e contenção exercesse o mais digno mester de restar calado.
00:45 | 1 Comentários

04 dezembro 2007
Em Gota
Podia dizer infinitas palavras inscritas infindamente neste desfiar constante d'escrita; mas sobre quê? o de sempre e costume, hoje restamos um pouco melhor ou nem por isso, pensando a espaço, talvez - arrisco?- pior ou, quiçá, assim-assim ou assim-assado que o tempo a tal ajuda, em fim e a final não diferindo, em substância, de ontem e oxalá menos mal do que amanhã; radiosa manhã em ditoso acordar de vário afazer prazentoso, se a isso aprouver ao bom deus; se a pena pesar, contudo, que haja força para suportar o transe, cerrar os dentes como convém à borrasca que, das alturas, desafia o vivente - melhor diria, padecente - a medir ciência e vigor com a desmesura que é a potência do que o transcende, imagem especular de coisa nenhuma, o vivente dizia, pois não há mal que se não possa agravar nem agravo que com afanoso jeito se não amenize e, ademais, nem das fúrias incontestas das deidades terá de s'acautelar o bom cidadão mas também e sobre tudo dos maiorais que aconselham o fino uso do tacto e da vetusta, mas provada e comprovada, diplomacia, de tirar o chapéu em vénia devida ou podem azedar os ares e eles, os ares dos senhores que governam o mundo são supremos porque palavra de rei voltar atrás já não pode e que pudesse nem o rei a isso acederia; era o que faltava, um rei ou duque ou príncipe de coroa e arminho encontrar tempo e, vá lá, sensível alma para pedir desculpa, que isso não volta a acontecer, não se preocupe que tudo se resolve na graça de deus e por quem lá tem; era bonito de se ver, oh se era, porém, de todo em todo, impossível e original embora não falte honesto pensador, laborioso entendido moralista, que seja de condenar tal inversão na ordem natural das coisas, com os perigos e dissabores a que se exporia o rei - e, com ele, toda a sociedade - em acontecendo inaudito, supra descrito, episódio, digno de figurar em quanto livro de teratologia se houver d'encontrar e parece que são muitos, tanto que há quem dê por falta de outros, d'escorreita linguagem e assunto, como estas gestas palavras que aqui ledes, que falam e dizem de coisas comuns, é certo que chamando à colação as primevas energias que comandam o orbe e atrás delas aqueles que desmandam o urbe e, em tal esteira, o que fica escrito na voragem do tempo e assim sendo quem comenta e propaga a palavra que é outra e mais propícia forma de sandice e por isso, em contraste, estas humílimas linhas que de tanto correrem, livres e soltas, leixam a angustiosa questão de apurar o que delas fica de fora, não seja o facto de serem gotas d'orvalho que s'evaporam aos primeiros alvores do dia.
03:15 | 1 Comentários

03 dezembro 2007
(s/ título)
Pediria ao Santo padroeiro destas coisas d'informáticas que dos maus-contactos nos livre & guarde.
01:44 | 0 Comentários

Nome: João Pereira de Matos Cidade: Lisboa
Curriculum Vital
escrevinhices@gmail.com

-----
Em Colaboração

Apenasblogue
As Partes do Todo
Big Ode [big oud]
Blogue das Artes
Callema
Minguante
grandePEQUENO (site)
grandePEQUENO (blog)
Rádio Zero
Revista Piolho

-----
E-books

Histórias Sem Tom Nem Som
The Tail Spin
Rgb
Prontuário Identitário
17 Propostas

-----
Blogues do Autor

Iluminarium
Blogalquímico
Diário Informal
Desenhos em Azul
X-Acto

-----
Outros Sítios do Autor

Twitter
Facebook
Youtube
Myspace (Música Sintética)
T.V. 2.0

-----
Atom Feed

---Feed (me Seymour!)---

-----
Escritos d'Agora

Escritos d'Antanho

-----
Blogues Amigos

A Arte da Fuga
Às duas por três...
Butterflies & Fairies
Indústrias Culturais
Micro-Leituras
Pátria Língua Portuguesa
Retroprojecção
Rua da Judiaria

-----
Outros Blogues

A Barriga de um Arquitecto
Anarca Constipado
A Natureza do Mal
Azeite&Azia
Blogotinha
Blogzira (ex-Vitriolica)
Cadernos de Daath
E Deus Criou a Mulher
Miniscente
Montag: by their covers
o café dos loucos
O Século Prodigioso
Rititi
Um Fernando Pessoa

-----
Sítios Interessantes

Projecto Vercial
Ciberdúvidas
Technorati
Público
Apenas Livros
Stat Counter
Diário Digital
Ubu Web
NotCot

-----
Ficha
Todos os textos, desenhos e ilustrações são originais do autor.
Captação fotográfica de Ana dos Reis Almeida.

Creative Commons License
blogue licenciado por uma Licença Creative Commons.