24 novembro 2007
(s/ título)
Qual a verdade da fronte pura?
Onde o caminho da luz?
Dizei, aquela estrela,
na tenebra mais funda
de um sono só?

O lhano circo da calma onde tudo seja afago em aconchego.
23:14 | 0 Comentários

22 novembro 2007
(s/ título)
O que queres, afinal - perguntou-me, sem rebuço, o Terrível Peixe-da-Vontade - trombetas e toques de policorim, ali vai o grande sábio, faça favor de discursar, para gáudio e contentamento geral, das gentes do urbe e, inté, do vasto orbe?
Não, tanto não, respondi, após um pouco de réstia de tempo enquanto coçava a pinha e, bem assí, puxava pelo bestunto, apenas que digam: ali vai aquele que domou, em paz e ventura, seu piscicular algoz.
02:15 | 0 Comentários

18 novembro 2007
(s/ título)
procura a luz; sê na luz; aquela mesma que na clareira é una fulguração;
(como a luzerna cujo máximo contraste é fundo de pura sombra e froresta)
00:41 | 1 Comentários

14 novembro 2007
(s/ título)
Dilectos irmãos da casta do livro - casa pobre mas orgulhosa - já vos deparastes, decerto, com os íntimos terrores da leitura. Essa absoluta solidão perante o texto que, amiúde, não revela mais do que a imagem d'impaciência que sois vós desavindos; a compreensão anunciadora que vos não toca na fronte perfeita leixando-vos aquém daquela ventura; o tédio, em desespero, que assí s'instala perene: tudo o que temos são palavras e estas ocultam-nos o seu mistério.
00:34 | 0 Comentários

12 novembro 2007
O Anjo e a Obra IV: resumo
a) letra a letra, una só frase & desta o que ainda vier;
(assí se constrói o mundo).

b) D'aescrita ao desespero; (desterro, por mor de) letra após letra a caminho do nada;

c) policiando-me, ficar aquém é sina e senda da pura presentação de mim a mim mesmo;

d) porém, a diferença entre a boa e a não boa prosa é, como sabeis, o tempo;
(só a ele defiro a final jurisdição).
20:03 | 0 Comentários

08 novembro 2007
O Anjo e a Obra III.

Toda a ideia anunciada, quando se tem de converter em palavra, corre - poucos o ignoram - sério risco de desvanecer, ficando aquém da promessa da dimensão salvívica de puro verbo banhado de luz; pois a escrita é no tempo e o aceno mera ideia, confusa em si no ainda-não-verbalizado. É nessa fase que o intelectivo-intuir, a intuição-relâmpago que tudo abarca e acolhe, mergulha ao cerne sem fim da máquina-roda do mundo.
Por outro lado, o discurso acena-nos em seu próprio fluxo vibracional, de tal modo e maneira que a uma palavra se deve, necessariamente, seguir outra, ou seja, a escrita estabelece a sua própria ordem de continuação requisitando-a e impondo-a ao autor, sem que este tenha completo controlo no devir da escrita. Esta autonomização coincide com a máxima de que a formação é a forma, e, bem assim, de que o conteúdo é a forma e também o inverso. O acto-escrita consubstancia a escrita-obra numa relação de imanência (de fusão, de imbricação) distanciada esquizofrenicamente da intenção originária, dos processos causais da sua formação. Permanece então o Anjo-daimon no devir criativo, original e originário, da obra.

18:33 | 0 Comentários

06 novembro 2007
O Anjo e a Obra II: Por Vós Me Confesso
Bem vedes, a escrita é todo um mundo; alegria e alor de beatífica perfeição; aconchego e refúgio de alma em serenitude; a palavra é dom de estar em face daquele que vê e é puro e é bom, que doa e perdoa dispensando a luz; seus albialados mensageiros cantam essa essência de verbo e há geral regozijo que assim seja; o discurso, por tanto e pelo muito que é, transfigura: já não sou eu quem, aqui, escreve mas é o Espírito, eterno-pleno-impessoal, que, por mim, vos fala.
01:01 | 0 Comentários

05 novembro 2007
O Anjo e a Obra I.
tudo escrita; um mundo todo feito d'escrita e por ela criado; só aí é possível buscar a liberdade; e liberdade é, antes de mais, a perfeição do Anjo anunciador, da alusão pura d'inexpresa metáfora; é o intocado da preservação do que em si próprio repousa; em resguardo, estanque à crítica contemporânea - que o futuro é indiferente ao artista, abrangido, em afago, pelo manto da morte.

Nesse retorno orbicular ao urbe dos sonhos em construção - sempre foi sabido - se encontrará a plenitude de ser o que sempre se foi para ser;

encerrados mas lúcidos.
00:07 | 0 Comentários

Nome: João Pereira de Matos Cidade: Lisboa
Curriculum Vital
escrevinhices@gmail.com

-----
Em Colaboração

Apenasblogue
As Partes do Todo
Big Ode [big oud]
Blogue das Artes
Callema
Minguante
grandePEQUENO (site)
grandePEQUENO (blog)
Rádio Zero
Revista Piolho

-----
E-books

Histórias Sem Tom Nem Som
The Tail Spin
Rgb
Prontuário Identitário
17 Propostas

-----
Blogues do Autor

Iluminarium
Blogalquímico
Diário Informal
Desenhos em Azul
X-Acto

-----
Outros Sítios do Autor

Twitter
Facebook
Youtube
Myspace (Música Sintética)
T.V. 2.0

-----
Atom Feed

---Feed (me Seymour!)---

-----
Escritos d'Agora

Escritos d'Antanho

-----
Blogues Amigos

A Arte da Fuga
Às duas por três...
Butterflies & Fairies
Indústrias Culturais
Micro-Leituras
Pátria Língua Portuguesa
Retroprojecção
Rua da Judiaria

-----
Outros Blogues

A Barriga de um Arquitecto
Anarca Constipado
A Natureza do Mal
Azeite&Azia
Blogotinha
Blogzira (ex-Vitriolica)
Cadernos de Daath
E Deus Criou a Mulher
Miniscente
Montag: by their covers
o café dos loucos
O Século Prodigioso
Rititi
Um Fernando Pessoa

-----
Sítios Interessantes

Projecto Vercial
Ciberdúvidas
Technorati
Público
Apenas Livros
Stat Counter
Diário Digital
Ubu Web
NotCot

-----
Ficha
Todos os textos, desenhos e ilustrações são originais do autor.
Captação fotográfica de Ana dos Reis Almeida.

Creative Commons License
blogue licenciado por uma Licença Creative Commons.