28 julho 2006
Um Ano D'escrevinhices

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Sim. Sinto as vírgulas flutuantes vogando plo ar; decididas tod'impantes do entretecer vocabular; do mester d'escrever - escrevinhices, estais a ver? - nem vos conto, nem vós quereis saber, o que custa pró fazer; do incipiente idear, ao final grafar é todo um mundo d'esperança, d'alegrias e fartanças; anemias & outras danças; nem é bom desanimar.

Persistindo, insistindo num suave discorrer, vai, mansinho, esmiuçando mil histórias ou memórias, d'admirar afoitas gentes e enfabulatórias mentes.

Em jubilosas explosões, tristezas aos tropeções, volteios e revolteios e bárbaras imprecações; tal é toda a matéria, mass'informe, deletéria, que há de pôr bem perfilada, pró dizer dum'enfiada; em narrativa desenfreada, qual magia otografada, c'oficial do belo ofício põe ao seu serviço, com presteza e grande viço ou com singular derriço ... e já um ano foi em sumiço.

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22 julho 2006
As Garras do Tigre

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Rafael, o esbelto, tinha um tigre de papel. Como gostava, Rafael, do seu tigre de papel. Passeava-o preso por um lindo cordel, em longos devaneios pela rua, ora pensativo, ora comendo um pastel. Que delícia, Rafael, passeando o seu tigre de papel, preso por um cordel, saboreando um grande pastel, sonhando, já, com a sua lua-de-mel com Anicas Redondel, a mais bela donzela, lá prós lados de Pinhel. Levaria, decerto, o tigre de papel, preso por um cordel, e comeria um suculento pastel junto de Anicas Redondel, a mais bela esposa, lá prós os lados de Pinhel, quando fosse na viagem da sua lua-de-mel ao salutar Cabo Espichel. E foi a banhos Rafael, ao Cabo Espichel, em lua-de-mel com Anicas Redondel, a mais bela mulher, lá prós lados de Pinhel, e levou também consigo, preso por um cordel, o mais-que-estimado tigre de papel. Que tristeza, Rafael, quando pôs o pé na água com seu tigre de papel. Dissolveu-se o tão amado, só ficando, Rafael, continuando a segurar, naquele grande e belo mar, o inútil cordel, sem o tigre de papel. Com a desdita, Rafael, até espumou fel. Perdeu a fome, já não comia, nem sequer um pastel, e a Anicas Redondel, a mais bela senhora, lá prós lados de Pinhel, corria em tropel a arranjar diversões para alegrar Rafael. Em vão, Anicas Redondel, a mais bela cozinheira, lá prós lados de Pinhel, se desfez em engenhos para alindar a vida do inconsolável Rafael, inventando iguarias para convencer o marido a comer o seu farnel. Não queria, Rafael, nem o mais pequeno pastel, mas bebia, todos os dias, de vinho, quase um tonel. E em grande embriaguez, corria Rafael, a afogar as suas mágoas no mais ignóbil bordel dos arredores de Pinhel, agarrando-se, ainda, ao esgarçado cordel mas todo esquecido da sua Anicas Redondel, a mais bela chorosa, lá prós lados de Pinhel. Não podia durar muito, este excessivo Rafael, sem ouvir a sua Anicas Redondel, a mais bela sábia, lá prós lados de Pinhel, e sem poder, sequer que fosse, com o cheiro de um pastel. Mas segurando, sempre, o mesmo cordel e bebendo todos os dias, de vinho, mais de um tonel, com a lembrança perene do seu tigre de papel, levado pela maré forte do Cabo Espichel, quando lá foi a banhos na sua lua-de-mel, com a mais bela sereia, lá prós lados de Pinhel, a tão fiel e padecente Anicas Redondel. Consumiu Rafael, a saudade cruel do seu tigre de papel. Só ficou de Rafael, um fio do velho cordel, e a memória vincada de Anicas Redondel, a mais bela viúva, lá prós lados Pinhel, que maldizia o dia em que o seu finado marido lhe aparecera à porta, trincando um soberbo pastel e segurando, ladino, por um fino cordel, a terrível criatura, o tigre de papel.

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19 julho 2006
(s/ título)
Huguenotes Pequenotes, mais de dois metros d'altura. Seus pais eram anões, assim, do nome a explicação. Saiu grande, o Pequenotes, em flagrante contradição. Pobre nosso Huguenotes, afinal era gigante, nem cabia na mansão, da honrada progenitura, feita toda em proporção; que ser grande entre pequenos pode ser um'aflição.
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O Desertor
O Ilustríssimo Ilustrador estava num estupor, não lhe saía uma linha; direita ou, em desamor, uma curvilínia vertigem de fé, n'estirador; não que não fosse ilustrado, o Vitruvio sabia de cór, apenas andava apagado, nos traços e na côr; era tão forte a angústia, tão tensa a situação, que fugiu prá Tunísia, em busca d'inspiração.
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Nome: João Pereira de Matos Cidade: Lisboa
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escrevinhices@gmail.com

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